Uma decisão controversa do Governo de Mato Grosso está gerando revolta em Cáceres e em toda a região Oeste. A imposição de um regime tributário mais rígido para a instalação de lojas francas (os chamados free shops) praticamente inviabilizou a implantação do projeto na cidade, frustrando empresários locais e a população que via no modelo uma oportunidade concreta de crescimento econômico, geração de empregos e atração de turistas.

Cáceres, por estar em área de fronteira com a Bolívia, havia se credenciado junto à Receita Federal para integrar o programa de lojas francas terrestres. No entanto, com a tributação elevada imposta pelo Estado, os potenciais investidores recuaram, alegando que a carga tributária compromete a competitividade do negócio.

Além de minar um projeto com grande potencial para impulsionar o comércio e o turismo local, a medida acende um alerta maior: o abandono da região Oeste por parte da gestão estadual. Moradores e lideranças políticas consideram que o governo tem voltado os olhos apenas para os grandes centros urbanos, deixando cidades estratégicas como Cáceres à própria sorte.

“Essa era uma chance real de desenvolvimento, mas o governo preferiu sufocar a ideia com impostos. O resultado é mais desemprego, mais estagnação e mais desigualdade”, lamentou um comerciante local.

Com a medida, o sonho do free shop em Cáceres — que poderia ser um marco na transformação econômica da fronteira — se torna mais distante. O sentimento de revolta cresce, alimentando críticas à postura do governo Mauro Mendes, acusado de enfraquecer deliberadamente o interior do Estado.